Na hora de montar seu planejamento financeiro, uma das primeiras coisas que você aprende a fazer é classificar as suas despesas, pensando no melhor controle possível do seu orçamento pessoal.
Todos nós temos gastos no dia a dia, e gastos dos mais diversos tipos. Mas se fossemos separar as quantias que saem do nosso bolso em alguns grupos, facilmente identificaríamos pelo menos três deles: gastos fixos, gastos variáveis e gastos imprevistos.
A organização das despesas é um dos primeiros passos a serem seguidos por quem busca uma vida financeira mais equilibrada. Entender onde o dinheiro não pode faltar e para onde estão indo os gastos mais supérfluos é fundamental para corrigir a rota, se necessário, e fazer o melhor uso possível das suas finanças.
Antes de começarmos, porém, é importante ressaltar o seguinte: é muito fácil confundir conceitos quando o assunto é a sua organização financeira. Para facilitar, vamos pegar o total de seus gastos e chamá-lo de 100%. Estes 100% deverão ser distribuídos de acordo com a classificação que vamos ensinar abaixo.
Mas muito cuidado para não fazer confusão: 100% dos gastos não significa 100% da sua receita. A receita é o total que cai na sua conta todos os meses, considerando salário e outros proventos. Mas você não deve destinar toda a sua renda para os gastos do dia a dia. Parte dela precisa ir para a sua reserva financeira, mas não desanime se isso (ainda) não faz parte dos seus hábitos. Muita gente não guarda dinheiro e acaba literalmente “gastando” tudo.
Então, ao ler o restante deste artigo, lembre-se: estamos falando de 100% dos seus gastos, e não do total de dinheiro que você tem na conta mensalmente, ok?
Vejamos abaixo, então, como funciona essa simples classificação e aprenda hoje mesmo como organizar seus gastos de forma eficiente.
O que são gastos fixos?
Como o próprio nome sugere, gastos fixos são aqueles que vêm com regularidade e numa frequência específica. São despesas que, na maioria das vezes, você já sabe o valor exato que precisa arcar e se programa para pagar até a data de vencimento.
Fácil de reconhecer quais são, certo?
Estamos falando das contas de casa (luz, água, internet, gás etc.), aluguel, condomínio, parcelas de financiamentos, mensalidades, assinaturas etc.
Todos nós temos gastos fixos, e parte deles são muitas vezes inevitáveis. Por exemplo: se você consome energia elétrica, você precisará arcar com os custos do que utiliza. Se você usa internet, precisa pagar por este serviço, e por aí vai.
O que pouca gente sabe é que os gastos fixos não devem ultrapassar 30% do seu orçamento mensal. Ou seja, se a soma dos seus gastos é de R$ 4.000,00, o total de suas despesas fixas mensais deve ser R$ 1.200,00.
Isso é para que os outros 70% possam ser direcionados para outros tipos de gastos que também fazem parte do nosso cotidiano, como os gastos variáveis.
Quais são os gastos variáveis?
Se gastos fixos são aqueles que você sabe que o valor e pode prever com mais tempo de antecedência, os gastos variáveis são justamente aqueles que também estão presentes no dia a dia e são comuns, mas que não necessariamente vêm sempre com o mesmo valor ou na mesma frequência.
Consegue identificar na sua rotina quais são os seus gastos variáveis?
Se você tem o hábito de pegar táxi ou Uber, inclua na lista. Se você tem carro, deve acrescentar os gastos com gasolina também.
Os exemplos são vários: alimentação, farmácia, supermercado, lazer, presentes, compras online etc. A lista pode ser bem extensa, dependendo dos seus hábitos.
Mas muito cuidado ao elencar seus gastos variáveis. É fácil deixar algum de lado, seja esquecendo ou simplesmente ignorando que trata-se efetivamente de uma despesa que varia de acordo com a utilização ou com fatores externos.
Como todo mês é diferente do outro, os gastos desta natureza tendem a variar bastante também. Por isso, a maior parte do seu dinheiro de gastos pode – e deve – ser destinada a eles: cerca de 50%, para sermos mais exatos.
Isto, porém, não significa que você pode gastar desenfreadamente. Gastos variáveis não são gastos desnecessários, mas se você gasta demais comprando roupa e não sobra dinheiro para o supermercado, então há claramente um problema na gestão deste orçamento.
Por fim, temos os gastos imprevistos
Para fechar, a terceira classificação dá conta dos gastos que chegam sem avisar e que, como tais, não podem ser previstos com antecedência.
E é justamente por serem imprevisíveis que todo mês você deve reservar a quantia restante do seu orçamento de gastos para eles: 20%. Pode ser muito fácil esquecer dos imprevistos, mas quando eles acontecem e nós não temos um dinheiro reservado a eles é que começam os famosos rombos no orçamento.
Estes gastos, assim como os variáveis, também não tem um valor fixo e podem depender de inúmeros fatores, com o agravante de também não serem recorrentes.
Vamos a exemplos: se seu celular quebrou ou foi roubado, você precisa comprar um novo. De onde virá o dinheiro desse gasto, que certamente não estava previsto nos seus planos?
Multas de trânsito, despesas médicas, consertos e outras compras emergenciais, que muitas vezes não podem ser postergadas, são alguns possíveis usos de seu orçamento que devem ser considerados mensalmente para evitar problemas maiores depois.
Imprevistos sempre irão ocorrer, então de certa maneira, ao introjetar este fato em nossa rotina, separar um quinto do orçamento de gastos para despesas não recorrentes e sem valor fixo acaba sendo mais uma medida de segurança financeira do que estar sempre à espera do pior. Concorda?